Um dos maiores poetas épicos portugueses
Luís Vaz de Camões nasceu provavelmente em Lisboa em 1524 ou, para outros, 1525. Sua família era de pequenas posses, mas freqüentava a corte ou ocupava cargos importantes, como o do tio que era prior do mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde o poeta teria feito o curso de artes. Graças a esse começo se firmaram as bases de sua sólida formação cultural, que levou Wilhelm Storck a chamá-lo "filho legítimo do Renascimento, e humanista dos mais doutos e distintos de seu tempo".
De 1542 a 1545 parece ter morado em Lisboa, vivendo as primeiras paixões amorosas e dificuldades com o meio. Não se sabe com certeza por que foi forçado a trocar a capital pelo desterro no Ribatejo, mas por volta de 1547 se alistou no serviço militar e seguiu para o norte da África.
Em combate perto de Ceuta, no Marrocos, perdeu o olho direito. De volta a Lisboa em 1549, conviveu um tanto com a nobreza, outro tanto com a noite das ruas e dos bordéis. Impetuoso, em 1552 feriu à espada um cavalariço do rei e foi condenado a um ano de prisão.
Após o indulto de D. João III, em março de 1553, Camões partiu para a Índia. Pouco parou em Goa: participou da expedição ao Malabar e talvez de um cruzeiro contra navios turcos no mar Vermelho. Sua estada em Macau, no cargo de provedor dos defuntos e ausentes, mais ou menos de 1556 a 1558, não é tida como certa.
O que não se põe em dúvida é que, em viagem às costas da China, naufragou nas proximidades do atual Vietnam, salvando-se a nado com o manuscrito de Os lusíadas já bastante adiantado. Esteve ainda na Malásia e retornou a Goa, quando de novo teria sido preso, desta vez por dívidas. Mais tarde viveu em Moçambique, onde Diogo do Couto o encontrou "tão pobre que comia de amigos".
Com o favor desses amigos, o poeta em 1569 regressou a Lisboa. Bateu-se, então, pela publicação de Os lusíadas. Em 1571 a Inquisição lhe outorgou a licença requerida e a obra, depois de censurada, teve em 1572 sua primeira edição. No mesmo ano, o rei D. Sebastião lhe concedeu a tença de 15 mil réis, quantia sobre cujo valor há muita discussão mas que a maior parte dos estudiosos julga insignificante, ainda mais que lhe não foi paga com regularidade. Os últimos anos foram portanto de miséria e de "austera, apagada e vil tristeza".
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