Conheça a WhatsApp: uma startup de US$ 19 bilhões



Entenda as razões que levaram o Facebook a investir bilhões nesta empresa de mensagens instantâneas.

O americano Brian Acton e o ucraniano Jan Koum: eles são os fundadores do WhatsApp (Foto: Divulgação)

O WhatsApp, aplicativo para troca de mensagens em dispositivos móveis, foi comprado nesta quarta-feira (19/02) pela rede social Facebook. O valor do negócio, US$ 19 bilhões, impressionou o mercado.

Há uma razão. Quando o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou a aquisição do Instagram, em outubro de 2012, por US$ 1 bilhão, muitos analistas consideraram o valor exagerado. Recentemente, o mesmo comentário foi feito no final de 2013, quando o Facebook ofereceu cerca de US$ 4 bilhões pelo aplicativo de mensagens autodestrutivas Snapchat. Os especialistas, basicamente, afirmavam que os valores não traduziam o potencial dos negócios.

Mas o WhatsApp tem potencial? Segundo o Facebook, no comunicado enviado ao mercado, sim. A rede social usa números para exemplificar. O software tem 450 milhões de usuários ativos. E pelo menos 320 milhões deles trocam mensagens diariamente com outros usuários. Além do mais, um milhão de pessoas adere ao software por dia.

Com todos esses números, diz Zuckerberg, o WhatsApp caminha para ter, em pouco tempo, mais de um bilhão de usuários. E afirma, no comunicado, que um serviço com este número de pessoas é muito valioso e com grande potencial para gerar receitas. Apesar de prometer não interferir no aplicativo (e deixá-lo operar de forma independente), a afirmação pode indicar que o Facebook, em breve, pode colocar publicidade no WhatsApp, além de integrá-lo à rede social.

Atualmente, o WhatsApp não exibe anúncios publicitários para seus usuários. A empresa mantém o software com o dinheiro arrecadado na venda do aplicativo, que custa US$ 1 dólar nas lojas de programas para smartphones.

Com a compra, o Facebook também torna o rival um aliado.

O WhatsApp, segundo dados da consultoria OnDevice, é muito popular em mercado emergentes, como o Brasil. Os usuários o usam para fugir das taxas cobradas pelas operadoras no envio de mensagens curtas (SMS). E por ter uma interface simples e funcionar numa gama grande de smartphones, ele conquistou mais adeptos que o Facebook Messenger – o software da rede social com a mesma função.

Incômodo para as teles

O WhatsApp nasceu em 2009 das mãos do americano Brian Acton e do ucraniano Jan Koum, ambos ex-funcionários do Yahoo. A startup, com sede na cidade californiana Santa Clara, nos Estados Unidos, tem um time com cerca de 30 pessoas. Essa equipe cuida das 18 bilhões de mensagens que são trocadas pela rede do aplicativo diariamente e das versões do software para Android, BlackBerry, iOS, Symbian e Windows Phone.

Em quase quatro anos de vida, a startup virou uma das principais rivais das empresas de telecomunicações do mundo. Muitas a acusam de diminuir a lucratividade obtida até então com a venda do serviço de SMS.

Segundo estudo divulgado no início de janeiro pela empresa de pesquisa Strategy Analytics, as teles perdem, pela primeira vez na história, receita com o serviço de SMS. Em 2013, elas arrecadaram US$ 104 bilhões com a venda de mensagens curtas. O valor foi 4% menor que em 2012.

A queda, diz a consultoria, foi causada pela popularização dos serviços do WhatsApp e seus rivais, como o Line Messenger e We Chat. E de acordo com a pesquisa, as teles terão, até 2017, 20% de queda nas receitas com SMS.

O WhatsApp incomoda também o Google. A empresa de buscas, que tenta há tempos emplacar um software de mensagens, ofereceu US$ 1 bilhão pelo aplicativo em abril de 2013. As negociações chegaram a ser dadas como concretizadas na época por vários veículos de imprensa americanos, mas não vingaram. Segundo rumores, os criadores do WhatsApp acharam os valores baixos e disseram que o Google poderia “matar” o aplicativo. Agora, com a compra pelo Facebook, este não deve ser o fim do WhatsApp. Zuckerberg garante que o aplicativo continua o mesmo.

A única mudança é no bolso dos empreendedores que fundaram a startup responsável pelo WhatsApp. Agora, com alguns bilhões de dólares a mais.

Fonte: revistapegn

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