O General Ernesto Geisel, quarto e penúltimo presidente do regime militar, o último a dispor de poderes absolutos, morreu de câncer num hospital na Zona Sul do Rio de Janeiro, aos 88 anos de idade
Conhecido como o “presidente da abertura”, Geisel assumiu o controle do Brasil de 1974 a 1979, tendo como meta, desde a sua posse, iniciar uma distensão lenta, mas segura.
Geisel passou ao sucessor um país liberto de traços essenciais da ditadura: desestabilizou os aparelhos de tortura de presos políticos, abrandou a Lei da Segurança Nacional, eliminou a censura à imprensa, e revogou o Ato Institucional nº 5, o instrumento do poder arbitrário.
Usou o arbítrio, porém, quando julgou conveniente: cassou mandatos parlamentares, fechou o Congresso, decretou uma reforma no Judiciário. Em seu governo, como em qualquer outro durante o regime militar, ocorreram mortes, torturas, prisões, censura, cassações e o fechamento do Congresso. Neste aspecto ele não pode ser julgado fora do contexto do regime de exceção que se instaurou o golpe de 64, um período envolvido pelo ambiente da polarização ideológica da Guerra Fria.
Reconhecendo as particularidades de cada presidente do regime, no entanto, percebemos que Geisel se distinguiu dos outros ao inserir o Brasil no caminho da redemocratização. Pegou as rédeas do governo na era das trevas construída por Médici – o qual soube aproveitar sua autoridade máxima e ilimitada, legalizada pelo AI-5, para conduzir o Brasil com mão de ferro –, e deixou-as sob o controle de Figueiredo, em cujo mandato entrou em vigor as novas leis da “abertura”. O caminho da redemocratização estava aberto e não podia mais ser fechado.
Opinião Histórica
O “Presidente da Abertura” matou alguns e perseguiu outros. Podemos concluir que Ernesto Geisel é como um amigo que é legal, mas vacila.
Fonte: Hoje na História
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