Fernando Collor derrotou Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno. Foi o primeiro presidente eleito pelo povo, após o Regime Militar de 1964
Quando Fernando Collor de Mello venceu a campanha de 1989, o brasileiro deixava um jejum de eleições presidenciais desde o golpe militar de 1964. Por 21 anos cinco generais sucederam-se na presidência. O último, João Figueiredo, ao fim de um mandato de seis anos, foi substituído, em 1985, por um civil, José Sarney, vice-presidente de Tancredo Neves, eleito pelo Congresso mas que morreria, doente, antes da posse.
O primeiro presidente a ser eleito pelo voto direto, segundo a Constituição de 1988, teria que vencer dois turnos de eleição. Depois do primeiro, em outubro, o segundo realizou-se em novembro.
A vitória do até então obscuro político alagoano foi surpreendente. Os últimos meses do governo Sarney, que se encerraria em 15 de março de 1990, deixaram o país numa inflação jamais vista e o presidente incapaz de sugerir um sucessor. Assim, na campanha, a urgência em modernizar o país tornou-se lema até dos mais conservadores. A disputa polarizava-se entre dois nomes da esquerda: o veterano Leonel Brizola, do PDT, eleito governador do Rio em 1982, e Luiz Inácio Lula da Silva, líder operário que encabeçou a criação do renovador Partido dos Trabalhadores. No primeiro trimestre de 1989, ninguém esperava a irrupção do nome de Collor, que se apresentou como a opção para representar o desprezo popular pelos políticos profissionais.
Collor era filho de oligarcas alagoanos, embora tivesse crescido na Zona Sul do Rio de Janeiro, e governador do Estado de Alagoas, no qual fez ruidosa campanha de moralização do serviço público apresentando-se como o "caçador de marajás". Baseando sua campanha em frases de efeito e boa estampa na TV, conquistou o eleitorado. Logo era apoiado por boa parte dos setores conservadores, temerosos de uma vitória da esquerda, fazendo chapa com Itamar Franco. Empossado, o presidente confiscou os depósitos de poupança da população, iniciando o mandato polêmico que terminou num processo de impeachment em 1992.
Fonte: O GLOBO
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