Escritor negro marginalizado, Lima Barreto será homenageado na Flip 2017

                  Lima Barreto aos 33 anos em sua primeira internação no Hospício Nacional
















Lima Barreto aos 33 anos em sua primeira internação no Hospício Nacional.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, a curadora falou sobre a influência do autor na história da literatura nacional:

“Lima Barreto pode levar a debates interessantes sobre o que foi moderno sem ser necessariamente modernista. Há toda uma linhagem que parece seguir sua trilha, Jorge Amado de algum modo e João Antônio inegavelmente”.

E revelou um pouco das discussões que serão feitas nas mesas em torno da vida e obra do escritor:

“Depois, em torno de sua vida e obra podemos discutir grandes temas, como o poder e a estrutura social brasileira, o preconceito de cor, uma certa visão de Brasil, a imprensa, as trajetórias que estão à margem, as intersecções entre literatura e política, literatura e loucura, a cidade e seu habitante.”

Em outubro, Joselia revelou ao jornal O Globo que pretende, também, fazer com que a experiência da Flip vá além das mesas:

“Quero pensar mesas de uma maneira em que elas se façam presentes em atividades fora da programação fixa, para que quem vá à Flip tenha mais opções de contato com os livros. Tenho o desafio de manter a Flip como referência.”

Junto com o anúncio do autor a ser homenageado, o evento também divulgou a criação de um programa de patronos, destinado a pessoas físicas que desejam apoiar o evento e suas ações educativas. Em contrapartida, o programa oferecerá ingressos e outros benefícios. 

A Festa Literária de Paraty acontecerá entre os dias 26 e 30 de julho de 2017.Lima Barreto (1881-1922) será o escritor homenageado da Festa Literária de Paraty em 2017. 

A escolha cumpre um desejo antigo de Joselia Aguiar, nova curadora do evento - que há três anos promoveu uma campanha para que ele fosse escolhido. E também atende a uma demanda que chegou a seu ápice na edição deste ano da Flip.

Apesar de o evento ter trazido diversas mulheres como autoras convidadas e homenageado a poeta Ana Cristina Cesar, a ausência de participantes negros na festa foi amplamente criticada.

Carioca dos mais inventivos da literatura brasileira, Lima Barreto teve sua trajetória marcada pela marginalização. Negro, pobre e interno em hospícios, criticou por meio do sarcasmo o cotidiano racista e de segregação social do País.

Lima Barreto aos 33 anos em sua primeira internação no Hospício Nacional

Em entrevista à Folha de S. Paulo, a curadora falou sobre a influência do autor na história da literatura nacional:

“Lima Barreto pode levar a debates interessantes sobre o que foi moderno sem ser necessariamente modernista. Há toda uma linhagem que parece seguir sua trilha, Jorge Amado de algum modo e João Antônio inegavelmente”.

E revelou um pouco das discussões que serão feitas nas mesas em torno da vida e obra do escritor:

“Depois, em torno de sua vida e obra podemos discutir grandes temas, como o poder e a estrutura social brasileira, o preconceito de cor, uma certa visão de Brasil, a imprensa, as trajetórias que estão à margem, as intersecções entre literatura e política, literatura e loucura, a cidade e seu habitante.”

Em outubro, Joselia revelou ao jornal O Globo que pretende, também, fazer com que a experiência da Flip vá além das mesas:

“Quero pensar mesas de uma maneira em que elas se façam presentes em atividades fora da programação fixa, para que quem vá à Flip tenha mais opções de contato com os livros. Tenho o desafio de manter a Flip como referência.”

Junto com o anúncio do autor a ser homenageado, o evento também divulgou a criação de um programa de patronos, destinado a pessoas físicas que desejam apoiar o evento e suas ações educativas. Em contrapartida, o programa oferecerá ingressos e outros benefícios. 

A Festa Literária de Paraty acontecerá entre os dias 26 e 30 de julho de 2017.


Fonte: Brasilpost


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