Ciganos se envolvem em nova polêmica entre o MPF e o dicionário Houaiss
Cristina Betioli Ribeiro
Os ciganos voltaram à mídia esta semana por conta de (mais) uma questão polêmica. O Ministério Público Federal pediu a retirada de circulação do Dicionário Houaiss, editado pela Objetiva, pelo “caráter discriminatório” do verbete dedicado ao grupo: duas das oito definições da palavra se referem ao povo como “aquele que trapaceia, velhaco, burlador” e “apegado a dinheiro, agiota e sovina”.
O processo foi originado pela denúncia de um cidadão de origem cigana em 2009. As editoras Globo e Melhoramentos teriam se comprometido a atender à recomendação, o que já não aconteceu com a Objetiva, responsável pela publicação do Houaiss. Em nota, a editora – em conjunto com o Instituto Antônio Houaiss – alega que as definições estavam presentes apenas nas edições anteriores e não constam mais nas novas versões do livro.
A fama reverberada ao longo dos séculos, porém, parece difícil de dirimir. O dicionário online de sinônimos DicSin – editado pelos próprios internautas, e exemplo a Wikipédia – define cigano como “boêmio”, “errante”, “trapaceiro”, entre outras palavras pouco honrosas. Por isso, nunca é demais lembrar o tema da edição número 14 da Revista de História da Biblioteca Nacional.
No artigo “Ladrões de crianças” – que você confere abaixo –, a historiadora Cristina Betioli Ribeiro conta que, desde os primeiros estudos sobre a tradição cigana na cultura brasileira, o grupo estava envolvido numa série de estereótipos. Veja também em “Lundu à cigana?”, a forte influência dessa cultura na música e nas danças populares brasileiras.
Acessem o artigo:
0 comments:
Postar um comentário
Se tem algo que posso lhe dizer após ter chegado até o fim deste post é que estou muito grato por sua visita.