CALENDÁRIO MAIA
Já é dia 21 em algumas partes do Planeta, e a vida segue normal
O mundo não acabou. Para quem acreditava que neste 21.12.2012
aconteceria o fim dos tempos, a notícia chega pelas agências
internacionais. No Oriente, assim como em vários outras regiões, a vida
segue o seu destino. Não houve onda gigante, explosão, choque de
planetas.
Longe de especulações, os estudiosos confirmam é que nesta
sexta-feira, a última antes do Natal, acontece o solstício de verão.
Assim como em anos passados, a nova estação se inicia. E o sol, capaz de
com seu desaparecimento calar o mundo, aparece para iluminar a Terra.
Uma interpretação deturpada do calendário maia provocou esse sensacionalismo do tema, sugere o professor adjunto do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Alexandre Guida Navarro. O calendário maia tinha um início e um fim, explica, mas não lendas ou mitos temáticos.
Uma interpretação deturpada do calendário maia provocou esse sensacionalismo do tema, sugere o professor adjunto do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Alexandre Guida Navarro. O calendário maia tinha um início e um fim, explica, mas não lendas ou mitos temáticos.
Doutor em Arqueologia pela Universidad Nacional Autónoma de México
(UNAM), entende que a questão do fim do mundo diz respeito às religiões
judaico-cristãs, com relatos retratando episódios relacionados, com o
livro do Apocalipse, na Bíblia.
— Aquestão do fim dos tempos é uma preocupação ocidental, é um
assunto que está presente em nossa cultura através das tradições
religiosas.
O fato de crermos nessas tradições religiosas, não significa
que, outras culturas, em outras regiões geográficas, e em diferentes
períodos da História, obrigatoriamente tivessem as mesmas concepções de
criação e destruição do mundo — recorda o professor.
Conforme Navarra, em diversos trabalhos de campo que realizou em
sítios arqueológicos maias, em nenhuma comunidade maia atual essa
"memória" do fim do mundo existe entre eles. Nenhum maia contemporâneo
fala sobre isso, assim, é mais uma evidência de que foi uma criação
ocidental para atrair o público a temas especulativos e que não
contribuem para o entendimento da complexidade que foi a civilização
maia.
— Os maias não acreditavam no fim do mundo, simplesmente porque, para
aquela civilização, o mundo não tinha fim. O calendário ajudava a saber
quando cobrar os tributos das cidades conquistada e tinha função
religiosa, servindo para saber quando deveriam ser realizadas as festas e
rituais para os deuses.
Como o mundo não acabou, dá para tirar uma lição. Um delas é a humanidade passa pelo mesmo processo que os maias passaram.
Os maias são a prova de que a destruição do ambiente pode levar ao
colapso, a falta de equilíbrio ambiental leva ao fim da civilização, nós
podemos estar indo pelo mesmo caminho.
Os maias, portanto, falaram
apenas que seu calendário tinha fim, nunca falaram de fim de mundo
Falaram de fim de calendário, conta o professor da universidade do
Maranhão.
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