Vista da Cidade Maurícia (1645). Gravura em água forte de Pieter Schenck baseada em desenho de Frans Post para o livro Rerum in Brasilia et alibi gestarum de Caspar Barlaeus
O nome "Recife" provém da palavra "arrecife", grande barreira rochosa de arenito (recifes) que se estende por toda a sua costa, formando piscinas naturais.
Geralmente, o nome do município dentro de frases é antecedido de artigo masculino, como acontece com os municípios do Rio de Janeiro, do Crato, do Cabo de Santo Agostinho e outros.
A esse respeito, muitos intelectuais recifenses e pernambucanos já se pronunciaram, entre eles Gilberto Freyre, em seu livro "O Recife, sim! Recife, não!", em 1960.
Sobre o tema, se pronunciou o historiador pernambucano José Antônio
Gonçalves de Melo:
"Porque se originou de um acidente geográfico - o
recife ou o arrecife - a designação do Recife não prescinde do artigo
definido masculino: o Recife e nunca Recife"
Por outro lado, o gramático Napoleão Mendes de Almeida
afirma, em longo arrazoado, que não se deve usar o artigo definido para
fazer referência à cidade, mas apenas ao bairro homônimo: "o bairro do
Recife na cidade de Recife".
Até a chegada dos portugueses, no século XVI, a região da atual cidade do Recife era ocupada pelos índios caetés. O atual município do Recife tem sua origem intimamente ligada ao município de Olinda.
No foral (carta de direitos feudais) de Olinda, concedido por Duarte Coelho em 1537, há uma referência a "Arrecife dos navios", um lugarejo habitado por mareantes e pescadores.
O Recife permaneceu português até a independência do Brasil, com a exceção de um período de ocupação holandesa entre 1630 e 1654.
Vista do Recife por João de Laet (1664)
Durante os anos anteriores à invasão da Companhia das Índias Ocidentais,
o povoado do Recife existiu apenas em função do porto e à sombra da
sede Olinda, local que a aristocracia escolheu para residir devido à sua
localização elevada, que facilitava a defesa.
Ergueram-se fortificações
e paliçadas em defesa do povoado e do porto do Recife, todas elas
voltadas para o mar.
Os temores voltavam-se para o oceano por conta dos
constantes ataques ao litoral da América Portuguesa pela navegação de
corso e pirataria.
Ainda no final do século XVI, o "povo dos arrecifes" foi atacado e saqueado pelo pirata inglês James Lancaster que, com três navios, derrotou a pequena guarnição responsável pela defesa do porto.
Entre os anos de 1620 e 1626 o então governador Matias de Albuquerque
procurou estabelecer posições fortificadas no porto do Recife a fim de
que se pudesse evitar outro ataque como aquele, bem como dissuadir a
Companhia das Índias Ocidentais da ideia empreendida na Bahia em 1624.
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