Dentro da revolução russa


Dez Dias que Abalaram o Mundo é um mergulho no movimento socialista russo

Luiz Muricy Cardoso 

Em 7 de novembro de 1917 a revolução socialista soviética obteve sua vitória. Ou em 25 de outubro, segundo o calendário juliano, adotado na época em países cristãos ortodoxos como a Rússia – na maioria das nações do globo, o calendário gregoriano era o oficial. O levante, um dos acontecimentos mais significativos do século passado, caracterizou-se pela variada profusão de tendências políticas, numerosas como o povo russo. Os socialistas moderados – ou mencheviques –, que desejavam uma revolução constitucionalista ao modelo da francesa ou americana, acabaram vencidos pelos bolcheviques, que assumiram o poder e instalaram o governo soviético.

No meio disso, entra em cena o jornalista americano John Reed. Ele estava na Europa cobrindo a Primeira Guerra, que se desenrolava desde 1914, e interessou-se pela revolução soviética. Voltou então suas atenções para o processo que resultaria no primoroso Dez Dias que Abalaram o Mundo (Ediouro). Em vez de trazer um relatório dos acontecimentos de maneira objetiva, porém superficial, o livro se aprofunda no processo revolucionário. Torna-se, assim, denso, investigativo, íntimo dos meandros da sociedade e da política russas. Após ler a reportagem, o vitorioso Vladimir Lênin expressou o desejo de que fosse traduzida para várias línguas, aceitando-a como legítima arma de luta operária e encorajando todos a lê-la. Segundo ele, a obra traçava “um quadro extremamente vivo e fiel dos acontecimentos”.

O autor John Reed era um inconformado que lutou toda sua vida pela causa revolucionária. Esteve no México também em 1914, tomando partido da revolução ao lado de Pancho Villa. Em sua terra natal, brigou inúmeras vezes pelos direitos de operários. O jornalista, que concluiu seu livro em 1919, foi enterrado em 1920 no Muro Vermelho do Kremlin, após sucumbir ao tifo.

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