Ernesto Geisel e o processo de abertura política no Brasil


A história política do Brasil foi marcada por mudanças drásticas de poder. Fomos colônia, tivemos imperadores, o coronelismo já passou por aqui, Getúlio Vargas representou a ditadura populista, os militares estiveram no poder e a democracia finalmente prevaleceu. Mas vale lembrar que todas essas mudanças fazem parte de um processo histórico que modifica as formas de pensar da população brasileira.

Hoje, o blog dedica algumas linhas para falar sobre Ernesto Geisel, ex-presidente do Brasil, falecido em 12 de setembro de 1996, vítima de problemas respiratórios. Geisel teve um importante papel no processo de abertura política da ditadura militar para a democracia.

O governo Geisel (1974-1979)

Em 1974, dez anos após o início do regime militar no nosso país, os ânimos populares estavam bastante exaltados. Até então, os presidentes haviam instaurado uma política de intolerância e terror, principalmente contra estudantes, imprensa, artistas e operários que lutavam contra o sistema. Os militares já não tinham o menor apoio popular e era preciso abrandar o regime para evitar uma revolução.

Se em termos de popularidade o regime militar ia de mal a pior, a economia brasileira também não era das melhores. Quando Geisel assumiu a presidência, enfrentou o fim do processo do “milagre brasileiro”, com a redução do crescimento e a alta da inflação. Para evitar uma revolução, a proposta do governo do General Ernesto Geisel, cujo lema era “a democracia de forma “lenta, gradual e segura” e marcou o início do processo de abertura política no Brasil.

Apesar da animosidade das ideias, o governo de Geisel foi marcado por conflitos políticos e sociais entre “rebeldes” e militares. Como parte do processo gradativo de abertura, o governo permitiu a realização de propaganda eleitoral em 1974 para as eleições à Câmara dos Deputados e Senado. O resultado? Uma vitória esmagadora da oposição, representada pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) nos principais estados e cidades do país, agravando ainda mais a situação dos militares e ampliando as cadeiras da oposição no governo.

Além disso, o caso da morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, e do sindicalista Manoel Fiel Filho também causaram manifestações políticas contra o governo e trouxeram à tona o conflito de interesses dentro do Estado. Para evitar que uma revolta popular, Geisel passou a adotar mais medidas de abertura, o que o distanciou de vários militares opostos à abertura. Entre elas, a mais importante foi a revogação do AI-5 que acabou com grande parte da censura. Além disso, reatou relações diplomáticas com a China, fez com o Brasil fosse o primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola e, buscando novas fontes de energia para o país, firmou o acordo nuclear com a Alemanha e incentivou a utilização do álcool como combustível.

Seu mandato foi encerrado em 15 de março de 1979. Em junho de 1980, tornou-se presidente da Norquisa-Nordeste e do Copene (Conselho de Administração da Companhia Petroquímica do Nordeste). Faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1996.

Fonte: pnld.moderna.com
Por Katia Dutra

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