Dom João queria civilizar o Brasil, promovendo as artes e as ciências. Um dos principais empreendimentos nesse sentido foi a Missão Artística Francesa, em 1816.
Flávia Ribeiro
Os mais belos registros do Brasil do início do século 19, suas
paisagens, flora e fauna, seu povo e seus costumes, foram feitos por
viajantes que vieram descobrir esta terra, até então inexplorada, depois
que dom João abriu os portos.
Alguns desses descobridores chegaram por
conta própria. Outros, em missões artísticas ou científicas.
Dom João
queria “civilizar” o Brasil, promovendo as artes e as ciências. Um dos
principais empreendimentos nesse sentido foi a Missão Artística
Francesa, em 1816.
Liderada por Joaquim Lebreton, secretário de Belas-Artes do Instituto
de França, a missão contava com artistas renomados como os pintores
Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, o escultor Auguste-Marie
Taunay (irmão de Nicolas), o arquiteto Auguste Grandjean de Montigny e o
gravador Simon Pradier, além de carpinteiros, serralheiros, ferreiros e
mecânicos.
O objetivo era formar a Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios
São de Debret (1768-1848) as pinturas mais conhecidas do Rio de
Janeiro daquele tempo, da corte e seus personagens.
O artista plástico
viveu no Brasil por 15 anos até retornar à França em 1831 e lançar o
livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil.
Algumas dessas imagens
estão reproduzidas nas páginas a seguir, assim como as do talentoso
alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858), que chegou ao país em 1821
com a Expedição Langsdorff e aqui ficou até 1825.
Rugendas publicou
outra obra clássica, Viagem Pitoresca através do Brasil, repleta de
belas paisagens brasileiras.
“O registro do dia-a-dia é o grande trunfo da obra de Debret"
Ele
retratou a cidade, seus hábitos, costumes, escravos, arquitetura. Já
Rugendas faz um registro mais científico e é importante por retratar a
natureza, a flora, a fauna e o interior”, diz Piedade Grinberg, mestre
em História e Crítica da Arte e diretora do Solar Grandjean de
Montigny/PUC-Rio, localizado na casa que o próprio arquiteto projetou e
onde morou.
A Missão Artística Francesa e a Expedição Langsdorff não foram as
únicas a explorar o Brasil nas primeiras décadas do século 19.
Em 1817, a
Missão Austríaca acompanhou a princesa Leopoldina da Áustria até o Rio
de Janeiro, onde ela se casaria com dom Pedro I, filho mais velho de dom
João.
Vieram junto com ela o zoólogo Johann von Spix e o botânico Karl
Philipp von Martius, que exploraram cerca de 10 mil quilômetros de nosso
território.
Suas andanças foram registradas em dois livros: Viagem pelo
Brasil e Flora Brasiliensis, uma das mais importantes obras botânicas
da história.
Outro integrante da missão era o artista plástico Thomas
Ender, autor de 796 pinturas reunidas no livro Viagens ao Brasil nas
Aquarelas de Thomas Ender.
0 comments:
Postar um comentário
Se tem algo que posso lhe dizer após ter chegado até o fim deste post é que estou muito grato por sua visita.