Morte de Lampião completa 72 anos



Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (Serra Talhada, 7 de julho de 1898 — Poço Redondo, 28 de julho de 1938), foi um cangaceiro brasileiro. O seu nascimento, porém, só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900.


Foi o terceiro filho de José Pereira do Santos e de Maria Lopes da Conceição. Tinha como irmãos: Antônio, João, Levino, Ezequiel, Angélica, Virtuosa, Maria e Amália.

Lampião teve uma infância comum a todos os meninos de uma baixa classe média sertaneja: aprendeu a ler e a escrever, mas logo foi ajudar o pai, pastoreando seu gado. Trabalhou também com seu pai como almocreve - pessoa que transportava mercadorias a longa distância no lombo de burros. Quando adolescente, acompanhado por seus irmãos Levino e Antônio, envolveu-se em crimes por questões familiares. Na época de adolescentes, ele e seus dois irmãos, Levino e Antônio já tinham fama de valentões, andavam armados e gostavam de arrumar confusão nas feiras livres para impressionar as moças. Seu pai era um homem tranquilo e pacífico. 

Após várias tentativas que procuravam finalizar a rixa (por questões de disputa de terras e demarcação de divisas entre propriedades rurais) existente contra a família do seu vizinho José Saturnino, acabou sendo morto pelo delegado de polícia Amarílio Batista e pelo Tenente José Lucena, quando o destacamento procurava por Virgulino, Levino e Antônio, seus filhos. 

No ano de 1920, com o objetivo de vingar a morte do pai, Lampião alistou-se na tropa do cangaceiro Sebastião Pereira, também conhecido como Sinhô Pereira. Em 1922, Sinhô Pereira decidiu deixar o cangaço e passou o comando para Virgulino (Lampião). Sede de vingança, cobiça e concentração do poder que por Sinhô Pereira lhe fora outorgado, levaram Lampião a se tornar um dos bandidos mais procurados e temidos de todos os tempos, no Brasil.








Em fins de 1930, escondido na fazenda de um coiteiro - nome dado a quem acolhia os cangaceiros - conheceu Maria Déia, a mulher do sapateiro Zé de Neném, que se apaixonou por Lampião e com ele fugiu, ingressando no bando. A mulher de Lampião ficou conhecida como Maria Bonita e, a partir daí, várias outras mulheres se integraram ao bando.






No dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 5:15 do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio e se preparavam para tomar café, foi quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.

A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepa a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando sua cabeça foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete (2) e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a.

Feito isso, salgaram as cabeças e as colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensangüentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos.






As cabeças dos cangaçeiros incluindo Lampião e Maria Bonita

As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois . 

Assim, a era do cangaço se encerrou, com a Morte de Virgulino.




O Memorial da Resistência localizado em Mossoró no Rio Grande do Norte é um museu que retrata a história da única cidade nordestina a resistir a invasão do bando de Lampião.


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