Símbolo poderoso em qualquer civilização, o "fluido da vida" só começou a ser desvendado pela ciência a partir do século 17
Wilson Weig
Armado com um pedaço de pau, o caçador faminto ataca um roedor na África de 2 milhões de anos atrás. Três golpes esmagam o crânio do bicho. Prestes a arrancar a dentadas os pedaços de carne, ele observa o líquido rubro vertendo do cadáver. E conclui que a vida do animal se esvaiu com a substância.
Os primeiros hominídeos provavelmente já associavam a perda de sangue à morte. Muito tempo haveria de passar, porém, até que se pensasse de modo inverso: seria o líquido também capaz de salvar vidas? Antes que transfusões e hemogramas se tornassem procedimentos de rotina, as descobertas a respeito do sangue avançaram lentamente e as pesquisas sobre seu uso terapêutico foram uma sucessão de tentativas e erros.
Principalmente erros - como a institucionalização da sangria como cura para todos os males (leia à dir.). Procedimentos para "afinar o sangue" foram adotados por todas as grandes civilizações do mundo antigo (um desenho de 2500 a.C., encontrado numa tumba egípcia, mostra um paciente sangrando no pé e no pescoço) e permaneceram no topo das recomendações médicas até bem depois do Renascimento.
"A função fisiológica do sangue começou a ser elucidada somente no século 17", diz Dante Marcello Gallian, diretor do centro de história e filosofia das ciências da saúde da Unifesp. Até então, esse tecido conjuntivo em forma líquida, que transporta oxigênio, gás carbônico, nutrientes e toxinas, seguiu envolto em uma aura mística, que disfarçava a ignorância sobre suas verdadeiras atribuições.
Apesar de 400 anos de descobertas pontuais (e importantes, obviamente), foi apenas no século 20 que a hematologia (o ramo da medicina que estuda o sangue) realmente progrediu.
"A função fisiológica do sangue começou a ser elucidada somente no século 17", diz Dante Marcello Gallian, diretor do centro de história e filosofia das ciências da saúde da Unifesp. Até então, esse tecido conjuntivo em forma líquida, que transporta oxigênio, gás carbônico, nutrientes e toxinas, seguiu envolto em uma aura mística, que disfarçava a ignorância sobre suas verdadeiras atribuições.
Apesar de 400 anos de descobertas pontuais (e importantes, obviamente), foi apenas no século 20 que a hematologia (o ramo da medicina que estuda o sangue) realmente progrediu.
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/conheca-trajetoria-sangue-historia-681834.shtml
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