Rafael Correa, presidente do Equador, dentro do jato Legacy 600
Desde que assumiu a presidência do Equador, em 2006, Rafael Correa já ameaçava dar o calote na dívida externa. Em novembro de 2008, em reação à sua baixa popularidade no país, o presidente decidiu colocar a proposta em prática. Adepto da ideologia esquerdista de que o capital estrangeiro está na raiz dos males da economia, Correa usou o calote como forma de mostrar reação a uma suposta tentativa de neocolonialismo.
O Equador havia anunciado moratórias em 1999 e em 2001. Sua dívida total, em 2008, era de 10 bilhões de dólares – ou 25% de seu Produto Interno Bruto (PIB). A proporção é baixa se comparada à de outros países – a Argentina acumulava uma dívida de 150% do PIB quando deu o calote, em 2001. Um dos principais credores da dívida equatoriana era o Brasil, sobretudo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que havia liberado um crédito de mais de 200 milhões de dólares para a hidrelétrica de San Francisco, construída pela Odebrecht.
O país vizinho passou a alegar problemas na obra para justificar o súbito não pagamento. O conflito diplomático gerado culminou com a saída do embaixador brasileiro de Quito, Antonio Porto – que só reassumiu seu posto em 2009, quando Correa voltou a negociar com o BNDES. No mesmo ano, o presidente equatoriano também conseguiu renegociar com os demais credores internacionais. No ano do calote, curiosamente, as finanças do Equador não foram ‘problema’ para que Correa comprasse um jato Legacy 600 novinho em folha, fabricado pelo Embraer, por 30 milhões de dólares.
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/a-historia-dramatica-dos-calotes-nos-seculos-xx-e-xxi
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